A gestação é o momento mais esperado para muitas mulheres. Gerar um filho é um presente de Deus e acompanhar a cada semana o desenvolvimento do bebê, seu crescimento dentro do ventre, sentir cada movimentação, é realmente maravilhoso, verdadeiramente um milagre.

Poder se exercitar durante a gestação não é para todas as mulheres. Digo sempre que todas poderão se exercitar, mas nem todos os exercícios serão para todas.

Deve-se levar em conta se esta gestação é considerada de baixo risco, a princípio. Sabe-se que os três primeiros meses são de real importância para o desenvolvimento do feto, e, mesmo que a gestante já seja ativa fisicamente, deve tomar algumas precauções neste período.

O grande erro está em começar a se exercitar intensamente logo após a notícia da gravidez. Calma! Não é o momento de se desesperar com a balança. A notícia de um filho a caminho deve ser recebida com leveza e com tranquilidade. Os quilos a mais virão sim, mas não se deve combatê-los com os exercícios exagerados – ainda mais se for sedentária.

Meu conselho para as gestantes sedentárias é uma caminhada leve, alongamentos, fortalecimento muscular específico e de baixa intensidade, todos acompanhados por um profissional de educação física ou por um fisioterapeuta. Um dos motivos é que gestantes sedentárias tendem a sentir mais dores nas costas decorrentes do aumento da barriga. Estima-se que cerca de 25% das grávidas reclamam de dores nas costas ou em alguma parte do corpo. Isto se deve à mudança do centro de gravidade, à rotação da pelve, enfim, às modificações corporais provenientes da gestação.

Os exercícios físicos moderados, durante uma gravidez não complicada, favorecem uma gestação mais sadia, tanto para a gestante quanto para o feto.
Os exercícios aeróbios, como a caminhada, por exemplo, ajudam a controlar o peso corporal, alem de reduzir riscos de diabetes gestacional. Já os exercícios musculares aumentam a sensibilidade à insulina e propiciam uma melhor utilização da glicose.

No mais, é unânime afirmar a importância de se realizar exercícios físicos específicos para a cintura pélvica. Isso porque é necessário combater a possibilidade de incontinência urinária associada à gravidez.

De modo geral, as gestantes que já se exercitavam antes da notícia devem continuar se cuidando fisicamente e adaptar os exercícios de acordo com as mudanças físicas. As gestantes que não se exercitavam antes, podem começar, desde que sua gestação não seja de risco.

Em resumo, os exercícios são sempre bem-vindos e colaboram positivamente com os fatores mentais e emocionais antes, durante e após a gravidez.

De modo geral, os exercícios devem seguir alguns padrões de segurança. São eles:

  • Intensidade leve ou moderada para evitar estado de hipóxia (falta de oxigênio) do feto;
  • Situações com risco de trauma abdominal ou hipertermia (super aquecimento) da gestante – no primeiro trimestre –  podem gerar estresse fetal, restrição de crescimento intrauterino ou prematuridade;
  • Evitar se exercitar com frequências cardíacas acima de 140 batimentos e evitar as contrações isométricas (ficar parada no mesmo exercícios em contração muscular);
  • Evitar ambientes muito quentes e sem ventilação;
  • Interromper imediatamente os exercícios se surgirem sintomas do tipo: cólicas, sangramentos, tonturas, náuseas ou vômitos, palpitações ou distúrbios visuais.

Contra indicações de exercícios durante a gravidez*:

  • Cardiopatia
  • Tromboflebite
  • Embolia pulmonar recente
  • Doença infecciosa aguda
  • Risco de parto prematuro
  • Sangramento uterino
  • Isoimunização grave
  • Hipertensão
  • Suspeita de estresse fetal
  • Não acompanhamento de pré-natal
  • Anemia
  • Doenças tireoidianas
  • Diabetes descompensado
  • Obesidade mórbida
  • Sedentarismo extremo

Siga estas orientações e tenha uma excelente hora!
Deus abençoe você e seu bebezinho!

Tudo que fizer, faça com amor!

*fonte: Manual técnico Gestação de Alto Risco do Ministério da Saúde.