Em 2016, a Lei n. 13.257, de 8 de março de 2016, conhecida como Marco Legal da Primeira Infância, definiu primeira infância e trouxe importantes diretrizes para as políticas públicas destinadas a essa faixa etária. O desenvolvimento na primeira infância está entre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e as metas globais definidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e que devem ser cumpridas até 2030.

Do nascimento até completar 6 anos. Essa é a primeira infância. Pouco mais de 10% da população brasileira é composta por crianças nessa fase. E é uma fase considerada “janela” em que experiências, descobertas e afeto são levados para o resto da vida. A primeira infância engloba ainda uma das fases mais relevantes para o cérebro quando a janela de oportunidade de desenvolvimento é maior.

Metade do potencial de inteligência de uma pessoa é desenvolvida por volta dos 4 anos de idade. Intervenções na primeira infância podem ter efeitos sobre a capacidade intelectual, a personalidade e o comportamento social futuros. Por isso, os primeiros anos são fundamentais para o desenvolvimento da criança. Cientistas já comprovaram que oferecer condições favoráveis ao desenvolvimento infantil nos primeiros anos de vida é mais eficaz e gera menos custos do que tentar reverter ou minimizar os efeitos ou problemas futuros. Acrescente agora esta informação para todos os segmentos da vida: emocional, espiritual, mental, profissional e físico. Tá entendendo?

Considerações em 2018 feita pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), reforça o aprendizado através de brincadeiras.

Já nos primeiros mil dias pós nascimento de uma criança, o cérebro tem um ritmo que pode chegar a 1 milhão de conexões neurais por segundo. Essas conexões são acionadas por ambientes amorosos e protegidos que promovem o vínculo e o apego seguro, contribuindo para o desenvolvimento sócio-emocional positivo. Por isso, invista em experiências visuais e motoras. Os bebês amam móbiles coloridos e com som que se movimentam e criam cintilações. Isso encanta os bebês e evidencia o prazer pelo movimento dos braços e pernas. Bater, fazer sons, cantar, pintar, tudo isso é excelente para eles.

Brincar é a maneira de aprender da criança. Entre os 3 e 6 anos de idade é essencial o estímulo e o aprendizado vindos da brincadeira, da leitura, do canto e da interação com colegas e adultos. A brincadeira nos anos pré-escolares permite que as crianças explorem e compreendam o mundo ao seu redor, bem como usem e desenvolvam sua imaginação e criatividade. Brincar de imitar é uma das favoritas em qualquer idade, não é? As crianças gostam de imitar as pessoas, especialmente as situações que lhes chamam a atenção. Por isso brincam de casinha, de carrinho, de alimentar as bonecas. Também nessa idade, as crianças se interessam por pequenos animais, bichinhos, aves, borboletas, joaninhas, minhocas…Use a criatividade e brinque de ser também um “leãozinho”.
E engana-se quem ainda acredita que as crianças de hoje brincam menos que as de antigamente. Essa sensação, segundo alguns especialistas, existe porque os adultos têm dificuldade de reconhecer e aceitar as brincadeiras da atualidade. Na realidade, há certo saudosismo no qual os mais velhos acham que as crianças não brincam mais porque não fazem as mesmas brincadeiras que eles costumavam fazer.

A leitura também é uma brincadeira formidável para as crianças na primeira infância.
Um estudo australiano de 2013 (Kalb e Ours), utilizando 4 mil crianças, relatou que a leitura que os pais fazem para os filhos de 4 a 5 anos de idade tem efeitos positivos e significativos sobre várias habilidades cognitivas dessas crianças, pelo menos até a idade de dez ou onze anos. Outras evidências mostram que o impacto da leitura prazerosa entre pais e filhos durante a primeira infância (0 a 6 anos) afeta indicadores como não repetência aos 14 anos, competência em leitura aos 11, bem como maior competência em leitura e aquisição de vocabulário dos 7 aos 9 anos.

Acho que deu pra entender o recado deste post, né?
Esta é a melhor fase para que eles criem o gosto por uma vida com qualidade e saúde em todos os aspectos para o futuro.
Uma primeira infância com cuidados, amor, estímulo e interação, pavimenta o caminho para que a criança aproveite todo seu potencial. Nasce um adulto mais saudável e equilibrado. E floresce uma sociedade com os mesmos valores.

Lu Oliveira
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